A Primazia da Palavra de Deus
Quando o ser humano vive a experiência da paternidade/maternidade, rapidamente percebe que a educação representa um enorme desafio, que integra momentos de dúvida sobre que decisão ou ação tomar! Por vezes, ouvimos dizer que os filhos não vêm com livro de instruções. No entanto, Deus, o nosso Criador, deixou-nos um manual (chamado Bíblia), o qual tem instruções sobre tudo, incluindo princípios preciosos quanto à educação dos filhos. Cabe a cada pai / mãe colocar esses princípios em prática.
Na verdade, educar os filhos significa implantar princípios nos seus corações, passando ainda pelo treino de capacidades e desenvolvimento de valores, cuja melhor forma de implementar é o exemplo pela prática. É uma das responsabilidades que Deus deu aos pais e não é tarefa fácil, pelo que desengane-se quem julga que por ser pai/mãe de segunda, terceira e mais viagens, tal experiência lhe vai permitir saber perfeitamente como agir…A singularidade de cada filho irá ditar a diferenciação nas estratégias educativas, ainda que os valores que estão na base da educação sejam os mesmos, e decididos dentro de cada família, de modo mais ou menos consciente.
Quem não gostaria de integrar uma família perfeita? Quantos já não ficaram a olhar para determinada família e a pensar: ”Uau, que linda família: Perfeita! Como eu gostava que a minha família fosse assim. Não se chateiam, e estão sempre felizes. Que lindo!”
Pois, hoje a minha reflexão é sobre essa família perfeita! Um dos significados de perfeição é ”ausência de defeito”, ou “algo que não pode ser melhorado”. Mas sabemos que, tal como Paulo afirmou não ser perfeito (em Filipenses 3:12), também nenhum ser humano atinge a perfeição, e sempre há espaço para melhoramentos. E como a família (qualquer uma!) é composta por seres humanos, essa ausência de defeito é algo de inatingível também numa família. Todavia, algumas famílias suscitam olhar de admiração e, infelizmente por vezes –sejamos sinceros- alguma cobiça, parecendo “famílias sempre felizes”, quer passeando na rua, quer com as suas lindas fotos postadas nas redes sociais.
Abraão e Sara (cujos nomes originais eram Abrão e Sarai) trazem-nos uma história com caraterísticas tão humanas, que nela ficam reveladas a fraqueza, as dúvidas e os medos inerentes a cada pessoa. Mas, independentemente dos erros que eles cometeram (como todos os humanos cometem), a sua história de vida permite-nos uma aprendizagem extraordinária para aplicar nos relacionamentos nas nossas famílias. Encontramos a história desta família a partir de Gen.11:29.
Limitações Humanas não são limites para Deus
Em Gen.15:1-6 podemos ver que Abrão, não tendo filhos, falava com Deus, dizendo que consideraria seu herdeiro o seu mordomo, por ter nascido na sua casa. Mas Deus respondeu, dizendo: (vers. 4) “(…) Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será teu herdeiro.” Portanto, Abrão teve promessa de Deus sobre a sua descendência, mas nem ele nem Sarai compreenderam totalmente que Deus é Deus, poderoso para criar essa descendência de ambos, sem recorrer a estratégias humanas. Os olhos deles só viam a esterilidade de Sarai e com o passar do tempo, essa esterilidade aliada à velhice. Assim somos nós, seres humanos, que quando encontramos uma limitação, uma esterilidade, temos, tal como eles, dificuldade, em ver além dessa limitação.
Uma esterilidade é obstáculo ao desabrochar de algo e isso pode ser aplicável a um filho, como era o caso de Sarai e Abrão, ou a qualquer mudança necessária dentro da família e até mesmo dentro de cada um dos seres que a compõem. Mas Deus não olhou para a limitação de Abrão e Sarai, antes via o Seu plano para eles. E é assim que ainda hoje Deus, o Deus que não muda, é para connosco. Para Ele não há limitação ao Seu plano para as nossas vidas, à Sua promessa e à Sua vontade. Para o nosso Deus não há esterilidade que não possa ser transformada em fruto bom e abundante.
A Família foi a primeira instituição criada por Deus. Ela teve inicio com Adão e Eva e está na base dos relacionamentos humanos. Acredito que, tendo sido fundada ainda antes da própria Igreja, a família é o lugar primeiro onde os princípios de Deus devem ser aplicados.
Atos 4: 32 fala da comunidade em que viviam os primeiros cristãos e descreve-a dizendo:”Era um o coração e a alma dos que criam (…)” - Este é o tipo de união que a nossas famílias devem desejar e construir. Afinal, a Igreja é a união de muitas famílias firmadas em Jesus Cristo, as quais formam uma família muito grande, que constitui o Corpo de Cristo. A unidade de que Jesus falou para os discípulos tem de ser realidade também nas famílias cujo Deus é o Senhor.
Uma família é mais do um conjunto de pessoas que moram na mesma casa e se cruzam no dia-a-dia; Tem de ser um porto de abrigo, um lugar seguro, onde cada um pode ser verdadeiramente o que é sem sentir que isso o faz ser excluído, ou rejeitado, ou pejorativamente criticado, sem prejuízo de que seja também o local onde é corrigido e moldado.
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