No evangelho de João, no capitulo 17 encontra-se uma das últimas orações de Jesus Cristo, onde ele pede ao Pai que todos aqueles que já são dele, sejam um, como ele o é com o pai... (Vers.21). Agora o que mais me surpreende é o que vem no versículo 22 e 23, que passo a escrever: “...E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim”.

Esta unidade que Jesus pede ao Pai para que aconteça, não é a unidade com todas as religiões e credos no mundo, como por exemplo, o ecumenismo. O ecumenismo é o que o papa, líder da igreja católica, tem na sua agenda como alvo a atingir, e que muitas igrejas protestantes estão a cair nesta ratoeira do diabo, a união de todas as religiões e credos. Não foi isso que Jesus pede ao Pai, mas sim, Ele pede ao Pai, que os que são dele (todos os que crêem Nele, que nasceram de novo pela fé) sejam um.

Por isso o pedido de Jesus é direccionado aos que pela fé crêem no evangelho de Cristo e herdam a vida eterna em Cristo Jesus. A esses sim, que sejam um.

A igreja de Jesus Cristo, actualmente, está dividida, todos querem a glória de Deus e todos reclamam que estão certos e que pregam o verdadeiro evangelho. A verdade é que não é bem isso que se passa. A divisão é grande. A raiz da divisão são os debates, a “politica”, a “visão” de cada igreja. Na verdade tem a ver com os gostos, gostos musicais, gostos do modo como são feitas as reuniões, gostos do pregador, assim vai...os debates são imensos, tal e qual como em Portugal, as nossas televisões estão cheias de debates, mas ninguém age, no final do dia, fica tudo igual, apenas o que se ganha é azedume, amargura e divisão, os cristãos andam desunidos.

Se queremos ver a glória de Deus nas nossas igrejas e nas nossas nações, é necessário que todos entremos em concordância com o pedido de Jesus ao Pai, “que sejamos um”, e porquê? Porque Jesus disse: “...Eu dei-lhes a glória que a mim deste, para que sejam um...” Esta glória tem uma condição, que sejamos um entre nós e nós entre Deus: “...para que eles sejam perfeitos em unidade...”

A igreja está a perder a glória, e o motivo é esse, não estamos a trabalhar na unidade, para que sejamos perfeitos na unidade. Porque é que eu digo, que a igreja está a perder a glória (no modo geral)? Porque cada vez há mais desencanto, as pessoas estão a perder a alegria de ir à igreja, com tanta confusão, as pessoas estão a perder a confiança nas igrejas e nos pastores, o modo como cada um defende a sua “prol”, como se, só eles é que estão certos e os outros estão todos errados. Esta divisão é tão forte, que o mundo em vez de crerem a Cristo, afastam-se de Cristo e das igrejas. Eu sei que alguns vão dizer: “É a apostasia”, ou “as pessoas não querem nada com Deus”. Mas, eu pergunto: "quando é que vamos olhar para nós mesmos? e dizer: “Temos de mudar, porque andar dividido não está certo e não é a vontade de Deus”.

Jesus disse: “...para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim...”

Queremos ver as pessoas evangelizadas, não basta sair e evangelizar, é preciso que, os que já são de Cristo, sejam um, para que o mundo veja que Cristo foi enviado por Deus.

Outros poderão dizer: “ na nossa igreja, nós somos muito unidos”. Isso é bom, mas não chega, porque o grande desafio é sermos unidos com TODO o CORPO de CRISTO, a IGREJA.

Temos de parar de olhar para os pontos que nos desunem, e passar a olhar para os pontos que nos une. A pedra principal que nos deve unir a todos é Cristo. Temos que aprender a respeitar as diferenças que todos temos e nos unir em Cristo.

Por isso eu digo que a “Unidade é a diferença unida”.

Falo para os que já são de Cristo, sejamos unidos, apesar de nossas diferenças e das regras de cada igreja.