Estou cansado de ver certas coisas dentro da igreja de Jesus Cristo. Ninguém é perfeito, mas há coisas que têm de ter limites. Eu decidi que não posso mais calar-me, porque senão, se consinto com o pecado, sou tão pecador como quem o pratica. Já o apostolo Paulo dizia na sua carta aos Romanos que: “Os quais, conhecendo a justiça de Deus, que são dignos de morte os que tais coisas praticam não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.(Romanos 1:32).

Existe uma espécie de “máfia” espiritual que opera de uma maneira absolutamente manipuladora, que têm amarrado milhares de vidas a conceitos que destroem famílias inteiras.

Certa vez ouvi uma expressão interessante: “os ratos de sacristia”, a bíblia chama a este tipo de operação: “Espírito de Jezabel”.

Jezabel foi a mulher do rei Acab que reinou no tempo do profeta Elias. Na verdade quem realmente reinava, pela calada, era Jezabel e não o rei Acab. Faz lembrar uma comédia inglesa que passou na televisão portuguesa à uns anos atrás que se chamava “Sim, primeiro Ministro”, o secretário é que na verdade mandava no Ministro, ele dizia sim a tudo, mas depois, pelas costas, conseguia manipular as decisões do Ministro.

Jezabel era uma mulher manipuladora, tal e qual como é o “modo operandis” da máfia, a manipulação, o tráfico de influências e favores amarram as pessoas, e a raiz disto tudo é a inveja, ciúme e a avareza, que a bíblia compara com o pecado de Idolatria (Coloss.3:5 / Efésios 5:5 / Mat.6:24). Pessoas como Jezabel alimentam-se deste tipo de “clima”.

Em I Reis 21, conta-nos uma história interessante, para resumir esta história, certa vez o rei desejou a vinha de um homem chamado Naboth e quis comprar-lhe a vinha, mas Naboth não quis vendê-la pois era herança de seus pais. O rei chega a casa triste, pois desejava muito a tal vinha, e conta à sua esposa o sucedido, ela subtilmente arranja um plano para que Naboth passasse a vinha para o marido. Como? Da forma mais vil de todas; criou uma notícia falsa sobre Naboth, lançou um ataque de DIFAMAÇÃO na nação toda, é como se fosse, nos dias de hoje, ela foi para a televisão, jornais, revistas e redes sociais, a nível nacional falando mal de Naboth, dizendo que ele cometeu um crime contra Deus e o contra o rei. Foi de tal maneira bem preparado a difamação, que o povo fez justiça por mãos próprias, matando o Naboth, e assim a vinha veio parar ás mãos do rei Acab.

Este é o espírito de “Jezabel”, difamações, lançar suspeitas sobre pessoas, tráfico de influência, favores que têm um preço alto, inventar coisas que não existem, etc, e é tudo tão bem preparado, que é difícil de saber o que é verdade e o que é mentira . Aliás esse é o espírito que opera também na nação de Portugal, não só nas igrejas, como na politica, nas empresas, nas famílias, enfim...

Esta “máfia” espiritual tenta penetrar em todos os sectores da igreja, não só tentam, como infelizmente têm o conseguido. Este não é só um problema isolado de uma igreja, mas de muitas. A bíblia nos alerta para estes tais “ratos de sacristia”: “...E, por avareza, farão negócios, com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (II Pedro 2:1-3)

Farão negócio com palavras fingidas...este é o modos operandis da “máfia” espiritual. E como é que funciona? Vou dar alguns exemplos: É o caso de pessoas que usam do seu título, status ou poder económico para influenciarem pessoas de quem gostam, no sentido de as colocarem contra pessoas de quem não gostam, usando a táctica da mulher de Acab, a Jezabel. As palavras “bonitinhas”, os sorrisos são o mote para que o veneno vá entrando, palavras tais como: “Ele(a) é uma bênção, MAS...” ou “ Ela é uma bênção, mas o marido???....” lá entra o veneno em quem ouve. São como autênticas “serpentes” que se enrolam nas pessoas em sucessivos convívios, comes e bebes, favores nos negócios, passeios, férias em conjunto, tudo em nome do amor, pois dizem: “temos de andar em amor, convivendo uns com os outros”, entretanto as conversas são sempre para lançar suspeita e rumores sobre outras pessoas, as tais de quem não gostam.

O pastor John Bevere lançou recentemente um livro novo que trata especificamente destes assuntos, o título do livro em inglês é “Killing Kriptonite”, em português é “Mata o Kriptonite”. Ele dá o exemplo da personagem de ficção “o Super Homem”, o Kriptonite é um mineral que tira a força e os poderes ao Super Homem. Ele dá o exemplo do “espirito de Jezabel”, esse espirito é como o kriptonite, está a tirar a força a muitas igreja e a muitos homens de Deus em todo o mundo. Ele diz que muitos pastores e lideres vivem doentes porque sofrem deste tipo de ataque.

Se as igrejas não confrontarem este espírito, vão andar doentes e não passam de organizações estilo “clube de futebol”. Temos de “MATAR” o Kriptonite nas igrejas, como? Com confronto e determinação, pondo as “Jezabeis” no lugar delas e caladas, não podemos permitir que tenham acção alguma na igreja local. Seja uma mulher ou seja um homem.

Outro exemplo, é o caso dos escribas e fariseus, Jesus mencionou: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso, sofrereis mais rigoroso juízo” (Mateus 23:14)

Alguns gostam de manipular pessoas com o pretexto de orações e visitas: “Vou orar por si para que tenha sucesso, mas cuidado com isto e com aquilo, porque podem ficar amaldiçoados”. Essa história de “ficar amaldiçoado ou abençoado” tem manipulado e amarrado muitas pessoas a ficarem dependentes de quem as manipula, pois nada podem fazer sem a “bênção” do sacerdote, e se fazem, logo vem a palavra: “maldição”, e assim se vão manipulando as pessoas amarradas ao medo. Lá está, o espírito da “máfia”. É triste, e eu, sinceramente, estou cansado de assistir a isso, tenho falado com muitas pessoas não só em Portugal, que andam amarradas a este tipo de “modos operandis”. Foge da manipulação, é o conselho que te posso dar.

“Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui: se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo e o falar vaidade” (Isaias 58:9)

Temos que lutar contra este “espírito”, e o modo de o vencer, não é com oração, mas sim com acção, confrontar e por este tipo de pessoa no seu devido lugar.

Vejamos como é que Jesus resolveu este problema numa das 7 igrejas da Ásia, a igreja de Tiatira: “Mas tenho contra ti que toleras que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu. Eis que a porei numa cama; e sobre os que adulteram com ela, virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras; ferirei de morte os seus filhos...”(Apoc.2:20-23)

Esta mulher que por acaso tinha o mesmo nome da mulher de Acab, ela operava no mesmo espírito, na verdade, é um espírito demoníaco, que quer sentar nas primeiras filas da igreja. Jesus não resolveu o assunto na oração, mas sim, na confrontação e no agir; primeiro repreende o pastor, por ele tolerar e permitir a acção de Jezabel na igreja, segundo, teve de agir de maneira drástica para parar aquela mulher de enganar.

Pessoas como Jezabel, estão a destruir igrejas, lideres e famílias em todo o mundo, e nós não estamos a saber como lidar. Mas temos de agir. Com força e com determinação. Encorajo à  leitura do livro de John Bevere, ele não pediu para fazer propaganda, mas concordo com ele nesta matéria 100%.

Deus abençoe!

 

José Fidalgo