Começo com uma história engraçada: "diz que, um certo dia, estavam os crentes no céu e Jesus estava junto, na verdade, Jesus estava como que numa visita guiada a mostrar a todos, os quatro cantos do céu. A certa altura Jesus pede que não fizessem barulho, e isso aconteceu quando passavam perto de uma espécie de "condomínio fechado". Assim que passaram por essa área, perguntaram a Jesus; porque é que ele lhes pediu para não fazerem barulho? E Jesus respondeu: "Naquele lugar moram os crentes que pensam que são os únicos que vivem no céu".

Pois infelizmente é o que acontece hoje com os crentes de algumas igrejas que acham que são os donos de Deus e do céu. Pois são eles que determinam quem entra e quem não entra, chama-se a isso "mentalidade de tribo". Fazer parte da tribo até que é fácil, pois todos são bem vindos, o problema é quando alguém quer sair da tribo ou não concorda com as ideias todas dessa tribo, pois logo é baptizada de rebelde e de pessoa não grata, inclusive se os membros dessa tribo o virem na rua já nem o cumprimentam, nem sequer recebem telefonemas dessa pessoa, pois quem sai da tribo é riscada para sempre, esses mesmos membros acreditam que a pessoa está já  amaldiçoada e perdeu até a salvação, já não entra no céu.

A pluralidade que tantas vezes é pregada, é posta de parte, "aqui temos todos de pensar do mesmo modo", na verdade o objectivo é, poucos pensarem por todos.

Fazer parte da tribo dá status, pois quanto mais obedientes mais se cresce na organização, vão surgindo títulos pomposos, que elevam esse status ao mais alto nível. Para pessoas que na vida real nunca foram assim tão valorizadas, e também por vários motivos, nunca se formaram em cursos, e num país onde ser doutor é a fina flor da sociedade, fazem das pessoas presas fáceis, pois quem não gosta de ser chamado apostolo? bispo? pastor? director disto ou daquilo? A coisa está tão séria, que qualquer dia vão arranjar o título de vice-Jesus. E assim as tribos lutam entre elas para verificar qual delas a melhor.

Tenho para comigo, que quando começaram a fazer da igreja uma empresa, entrou uma espécie de "cancro" que está a matar a igreja e as pessoas aos poucos. A luta pelo poder que existe numa igreja é igual à luta pelo poder nas empresas, as pessoas lutam por cargos e funções, inveja e ciúme cresce num ambiente de ascensão a cargos e a títulos eclesiásticos pomposos. Muitos os querem ter, mas trabalhar? Está quieto!

Compra-se pessoas com títulos, promove-se e despromove-se pessoas conforme a "dança". Sim eu também já vivi assim, sim eu também já participei nessas tribos, do qual me arrependo profundamente, agradeço a Deus por me ter liberto. Hoje pela graça de Deus vejo o evangelho de maneira diferente. Actualmente "nasci de novo", mas isso faz de mim melhor que os outros? Não. Faz de mim um homem lúcido, um homem que não quer mais errar e nem fazer errar, um homem que comeu do mesmo prato, mas que ao escrever isto, não está de maneira nenhuma a cuspir no prato que o alimentou. Errar todos podemos errar e fazer errar, mas quando os olhos se abrem, temos que nos arrepender e pedir perdão. Só porque comi do prato dá-me o direito de estar calado? De maneira nenhuma, errar é humano, persistir no erro é estupidez. 

Peço a Deus que me ajude, que possa também eu ajudar a outros, a não cair nos erros doutrinários que andam por aí, que faz tantos caírem e andarem ofendidos de costas voltadas ao verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. Se queremos ser tribo, que sejamos todos da Tribo de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador.