Um dos filmes que mais gostei de ver quando era mais nova foi “Gru, o Maldisposto”. Para quem não conhece a história, o filme fala sobre um senhor que gosta de planear maldades a outros, nomeadamente a pessoas conhecidas pela sociedade. Não gosta de ser incomodado, tem imensos servos a trabalhar para ele (minions) e faz qualquer coisa para atingir os seus objetivos maléficos. Uma das suas ambições é tornar-se superior à pior pessoa da sua localidade e fica extremamente ofendido quando não atinge esse propósito.

Às vezes, quando penso neste filme, infelizmente, penso na igreja, nas pessoas que fazem parte da comunidade cristã. Muitas vezes, somos como o Gru: ficamos maldispostos por nos incomodarem, por não atingirmos os nossos objetivos; ficamos ofendidos quando alguém está bem-disposto e a ter sucesso.

Muitas vezes, falo por mim, tenho receio de fazer brincadeiras ou dizer certas coisas com as pessoas da igreja, porque ficam rapidamente ofendidas. E isso causa um desconforto muito grande para os que as rodeiam. Hebreus 12:14-15 diz “(14) Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor/(15) tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem”. O autor de Hebreus alerta-nos a seguir a paz com todos, sempre que possível, e isso também implica abdicarmos da nossa vontade de viver na ofensa. Podemos ficar ofendidos com alguma coisa que nos aconteceu ou com alguém que nos disse algo que não devia, mas viver nessa ofensa já é uma escolha de cada um de nós.

Guardem o vosso coração para que nenhuma raiz de amargura brote no vosso coração (Provérbios 4:23 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da tua vida”).

Salomé Fidalgo

12/04/2021