Somos convidados e enviados por Cristo, como cordeiros no meio de lobos. Cordeiros e Lobos vivem juntos, assim como joio e trigo crescem juntos, estamos proibidos por Cristo, pelo Senhor da Ceara, de arrancar o joio, como também não podemos viver como lobo no meio de lobos e muito menos matá-los. Resta-nos aprender a crescer no meio do joio e a viver como cordeiros no meio de lobos.

A ceara é o mundo e Jesus Cristo inclui tudo, inclusive a igreja, isto é, as pessoas que frequentam as igrejas, desde líderes a membros fazem parte deste mundo, desta ceara. Pensar que a igreja é constituída somente por trigo e cordeiros é sermos ingénuos.

As analogias de Cristo, ao mencionar trigo, joio, lobo e cordeiro mostra a importância da natureza que representam e é pela mesma natureza que seremos julgados no final. Alguns amigos meus acreditam que as pessoas já nascem com a natureza que sempre serão até ao fim, até porque trigo é sempre trigo e joio será sempre joio, o mesmo se passa com a natureza de cordeiro e de lobo. Pessoalmente creio que é uma escolha, apesar das analogias, cada um de nós podemos escolher; um bom exemplo disso é o do apostolo Paulo, a Escritura nos diz que: “ele respirava ameaças e o desejo de mortes contra os discípulos de Jesus…” (Atos 9). Não creio que um homem com esta atitude, independentemente da ideologia, que deseja a morte de outros e conivente com essas mortes, possa ser um cordeiro ou trigo. No entanto, este homem tem um encontro com Cristo que mudou a vida dele, e ele tornou-se uma pessoa vital nas orientações e revelações do Evangelho, ele é o autor da maioria das cartas escritas no novo testamento, ele poderia ter escolhido, ele poderia continuar a fazer o que vinha a fazer.

Na parábola do credor incompassivo, Jesus relata que um rei tinha um servo que lhe devia muito dinheiro e não tendo como pagar pediu ao rei Misericórdia para que fosse perdoado a divida. O rei tinha todo o direito de não perdoar e isso não fazia dele joio ou lobo, porque a divida era real e justa de ser paga; no entanto o rei decidiu perdoar, escolheu outro caminho, tomou uma escolha diferente, fora do normal de se lidar com um assunto destes. Este rei fez uma escolha, escolheu viver pela natureza de um cordeiro de um trigo, como Paulo afirma: “um caminho mais excelente.” Em contrapartida o tal servo que foi perdoado, não quis perdoar um amigo que lhe devia pouca coisa, insistiu até o por na prisão. Foi uma escolha, ele podia se inspirar no exemplo do rei que lhe perdoou uma grande divida, mas não quis, decidiu o contrário.

Nestes 30 anos de ministério, verifico diariamente estas escolhas, quer nas pessoas que frequentam igrejas ou não. O nível de compromisso com a natureza de cordeiro ou trigo são diferentes de pessoa para pessoa, de família para família e numa forma mais global, de um país para outro país.

São estas naturezas que determinam o domínio das potestades e principados malignos, das trevas. Quando Jesus Cristo chegou à província dos Gadarenos, o ambiente espiritual da região se alterou por completo, aquela legião de demónios se precipita no mar, através de uma manada de mais de 2.000 porcos, ficando aquele homem livre bem como toda a região. Este homem vai e entra na cidade de Decápolis e evangeliza a família, os amigos, enfim, tudo mudou para melhor.

Portugal está ainda muito dominado por potestades malignas que amarraram as pessoas à idolatria, que por sua vez domina o coração de muitos, na avareza e inveja. Portugal é um país dominado pela inveja, intriga, avareza que nos corrompe a todos os níveis, faz parte da natureza de joio e do lobo, no entanto, há também os que não se corrompem, que escolhem o caminho mais excelente, a natureza de cordeiro e trigo.

O nosso desafio como cristão, digo cristão que fez a sua escolha, que decidiu seguir os conselhos de Jesus Cristo, de viver como trigo e como cordeiro, é de influenciar outros a seguir a Cristo. Pois quanto mais luz um país tem, menos as potestades dominam. Podemos ter muitos “cristãos”, podemos vir a ser o maior país evangélico e, no entanto, sermos dominados pelas trevas. Porquê? Porque não é a quantidades dos que se dizem cristãos, mas sim a quantidade dos que tomam a decisão de seguir a natureza mais excelente; daí que Jesus disse a Nicodemos: “É necessário, nascer de novo”. Nascer de novo é a escolha da natureza de cordeiro e trigo.

Infelizmente, nestes 30 anos de Evangelho, reparo que muitos querem vencer os lobos sendo um lobo também, isso não é possível.

Deixo-vos com um pequeno resumo da mensagem que falei no Domingo do dia 25 de Abril de 2021:

Lucas 10:1-20

1º Instrução – Andar neste mundo e assumir que a nossa natureza é de cordeiro e não de lobo. V.3 Andam muitos lobos vestidos de ovelha. Convocam pessoas para Jejuns e Orações, mas não passam de Jejuns da mentira. O jejum da mentira piora aquilo que supostamente se está a orar, só fica pior. ISAIAS 58:1-12

2º Instrução – Não se preocupem com dinheiro e nem com coisas materiais. V.4 A nossa segurança não está no dinheiro. Dinheiro não é sinal de unção de Deus sobre nossas vidas. Jesus não disse, que quanto mais dinheiro tivermos mais poder temos para expulsar demónios. Confiem em mim, disse Jesus.

3º Instrução – Não parem no caminho, não percam o foco, não se distraem. Não percam tempo com relacionamentos que nos distraem, nos fazem perder tempo, que têm outros ideais.

4º Instrução – Comei onde vos recebem. Jesus nos chama ao não preconceito. Jesus nos chama para comunhão e solidariedade.

5º Instrução – Só aceitem hospitalidade com pessoas da paz. Não tenham comunhão com pessoas do ódio. Mas sim com os filhos da paz, da reconciliação, da pacificação, do bom senso. Vocês vão estar sem telhado, mas não aceitem qualquer telhado…

6º Instrução – Que a nossa preocupação seja exclusivamente com saúde humana. Orem, curem os doentes Tragam à vida os que estão a morrer. Esse é o espírito, andem nesse espírito.

7º Instrução – Curem os leprosos. Curem os que andam postos de parte pela sociedade.

No final Eles regressam cheios de alegria e Jesus disse: “Eu via Satanás a cair como um raio do céu”.

As Potestades caiem quando vivemos o Evangelho.

04/05/2021

José Fidalgo