Os leões têm uma forma muito única de caçar. São os felinos mais sociáveis e que dependem uns dos outros para sobreviver. Uma das táticas mais usadas por estes animais na caça é o rugido; por norma, os leões rugem de uma forma muito assustadora e intimidante com o intuito de levar as presas a ir em direção contrária ao do rugido. O que as presas não sabem é que as leoas estão nessa direção a que elas fogem para as caçar. Ou seja, o barulho intimidador do rugido do leão é apenas uma forma de as distrair e de as levar à direção que eles realmente querem.
Muitas vezes, os nossos medos e ansiedades são muito barulhentos. Fazem-nos temer pela vida e levam-nos a querer mudar de direção, para algo mais seguro e menos assustador. Mas nem sempre isso é e melhor solução. Fugir para o lado oposto pode não ser a melhor estratégia, porque pode-nos levar para a boca dos predadores.
Jesus foi o nosso maior exemplo em enfrentar o medo. Jesus, quando estava a orar a Deus Pai no Getsemani, sentiu o seu maior medo, a sua maior dor: ir à cruz. Jesus pediu a Deus que lhe tirasse aquele cálice (Mateus 26:39), no entanto Ele sabia que, enfrentando este medo, esta dor, o melhor estava por vir.
Imagine se Jesus tivesse virado as costas e tivesse ido em direção contrária à do rugido. Como seria a nossa relação com Deus?
Por isso, encorajo-o a enfrentar os seus medos, as suas ansiedades, os seus pensamentos negativos. Falo por experiência própria, muitas vezes eu queria fugir das minhas dores, dos meus medos. As suas vozes são tão assustadoras que a minha vontade é fugir. Mas não posso. Não posso viver constantemente em função do meu medo, paralisada. Jesus deu-me liberdade para viver em paz com Deus e não posso deixar que o medo me impeça de viver a vida com propósito.
Enfrente o rugido, porque, se fugir, pode ser pior!
Salomé Silva
17/07/2021