Já todos ouvimos a grande frase “O tempo cura tudo”. De facto, o tempo é um bom fator e ajudador para lidarmos com certas situações da nossa vida, mas se nada fizermos para resolver um problema, situação ou dor, o tempo apenas vai cimentar esse mesmo problema, situação ou dor. Pode, momentaneamente, parecer que está a ajudar sem qualquer esforço da nossa parte, mas, mais tarde ou mais cedo, podemos voltar a sentir determinada mágoa, revisitar na nossa mente vezes sem conta o problema que nos causaram ou que causámos, etc.

Para, de facto, o tempo ser um auxílio no nosso processo de cura, precisamos de saber verdadeiramente o que cura. O que cura é o amor. Mas não um amor qualquer, não aquele amor momentâneo que sentimos quando está tudo bem à nossa volta, mas sim o amor de Deus (I Coríntios 13). E sabemos perfeitamente quem personificou o amor de Deus  Exatamente: Jesus Cristo. O amor de Deus é uma pessoa, é Jesus, e é Ele quem pode curar qualquer ferida que possamos ter. Ele, de facto, utiliza o tempo para nos ajudar a curar, mas este fator não passa de uma ajuda. A verdadeira cura está em Jesus Cristo (Isaías 53:4).

O amor de Cristo cobre qualquer transgressão (I Pedro 4:8, Provérbios 10:12) e é Nele que temos de confiar a nossa cura.

E como pode Jesus curar? Obviamente que Jesus pode curar da forma que Ele quiser e entender. Pode fazê-lo subitamente, num abrir e fechar de olhos, através de uma oração nossa, ou através do nosso momento de louvor. Mas a Bíblia ensina-nos, através da história de vida nos nossos irmãos em Cristo, que Jesus utiliza-se muito das pessoas para curar. Se a dor é física, Jesus pode utilizar-se de um médico para nos ajudar; se a dor é psicológica/mental, Jesus pode utilizar-se de um psicólogo para nos ajudar; se a dor é espiritual, Jesus pode utilizar-se dos irmãos da igreja para orarem e agirem de acordo com a cura que esperamos.

Tiago, na sua carta, diz no capítulo 4, versículo 16 “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Este “confessar as vossas culpas” não precisa apenas de ser o que fazemos mal ou o pecado que cometemos, mas também aquilo que nos magoa e provoca dor. O falar e confessar perante irmãos que partilham a mesma fé pode ser uma ação bastante libertadora e, se calhar, o primeiro passo para um processo de cura.

Espero que com esta exortação nos sintamos livres de procurar cura em Cristo, que é quem verdadeiramente cura um coração cansado, frustrado e triste, não negando a possibilidade d’Ele se utilizar de vários recursos e pessoas para nos ajudar a curar.

Salomé Fidalgo

12/02/2021