Os elefantes são criaturas muito inteligentes, que trabalham em equipa e procuram sempre o cuidado uns com os outros. Eles andam mais devagar quando há um deles que se encontra ferido ou fragilizado; cuidam das crias uns dos outros.

Há uma imagem muito marcante destes animais: quando um elefante fêmea está a dar a luz ou quando um elefante mais velho se encontra fragilizado, o restante grupo de elefantes faz um círculo à volta daquele que se encontra mais débil, com o intuito de os proteger e não revelar às ameaças existentes o que está a acontecer no centro daquele círculo.

Transportando esta imagem para a nossa realidade enquanto cristãos, quão bom seria termos uma comunidade em que pudéssemos confiar para nos proteger quando nos encontramos mais fragilizados? Quão bom seria termos uma comunidade que lutasse connosco quando as ameaças, os medos e as ansiedades vêm? Quão bom seria termos uma comunidade que cuidasse uns dos outros?

Nós, enquanto membros do corpo de Cristo, temos a responsabilidade de criar esta comunidade acolhedora e cheia de misericórdia e amor pelos outros. A igreja não é algo que devamos levar de ânimo leve ou considerar dispensável nas nossas vidas; a igreja são as pessoas que procuram conhecer cada vez mais o Evangelho de Cristo, em comunhão uns com os outros (Colossenses 3:16).

Se pensamos que a igreja é apenas um local em que nos reunimos uma vez por semana ou que pode ser descartável nas nossas vidas, então temos uma ideia muito errada sobre comunidade e sobre a bênção que é partilharmos as nossas dores e alegrias com os outros. Temos uma ideia muito errada sobre o próprio Deus!

Salomé Fidalgo 16/01/2021